Ozempic é caro e tem alta taxa de desistência, aponta novo estudo

Os medicamentos da classe GLP-1, conhecidos no mercado como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, revolucionaram o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, mas uma nova pesquisa, com base na análise de mais de 125.000 registros médicos, revela um dado surpreendente: a maioria dos pacientes abandona o tratamento em menos de um ano. Entre os principais motivos estão os efeitos colaterais e o alto custo, que pode chegar a US$ 1.000 por mês. Mas quem consegue seguir com o tratamento – e por quê?

O estudo, publicado na JAMA Network Open, analisou registros médicos e constatou que cerca de 65% dos pacientes sem diabetes tipo 2 interromperam o tratamento em menos de um ano. Já entre os pacientes com diabetes tipo 2, a taxa de descontinuação foi menor, em torno de 46%. Após dois anos, essas taxas subiram para 84% entre aqueles sem diabetes e 64% entre os que têm a condição.

Os principais motivos apontados para a interrupção do tratamento foram os efeitos colaterais adversos e o custo elevado. Os GLP-1 são conhecidos por causar efeitos gastrointestinais, como náusea e vômito, que podem variar de leves a intensos. De acordo com a pesquisa, pacientes que experimentaram menos efeitos colaterais tiveram maior probabilidade de seguir com o tratamento.

Além disso, a renda também influenciou na adesão ao medicamento. Pessoas com rendimentos mais altos tiveram menores taxas de descontinuação, especialmente entre os pacientes com diabetes. Os pesquisadores compararam diferentes faixas de renda, desde aqueles que ganham menos de US$ 30.000 por ano até aqueles com rendimentos superiores a US$ 80.000.

Outro fator relevante para a continuidade do uso foi o impacto na perda de peso. Pacientes que conseguiram emagrecer de forma significativa tiveram mais chances de continuar tomando os GLP-1, enquanto aqueles que voltaram a ganhar peso após interromper o uso foram mais propensos a retomar o tratamento.

Afinal, o que são os medicamentos GLP-1?

Os GLP-1 (agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1) são uma classe de medicamentos desenvolvida inicialmente para tratar o diabetes tipo 2. Eles atuam estimulando a liberação de insulina quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados, ajudando a manter a glicemia sob controle. Além disso, esses medicamentos desaceleram a digestão e reduzem a fome, o que auxilia na perda de peso – motivo pelo qual também vêm sendo amplamente utilizados no tratamento da obesidade.

Entre os medicamentos dessa classe estão a liraglutida, a semaglutida e a tirzepatida. A semaglutida, por exemplo, é o princípio ativo do Wegovy, usado para perda de peso, e do Ozempic, indicado para diabetes tipo 2. Já a tirzepatida é encontrada no Mounjaro, para diabetes, e no Zepbound, para obesidade.

Tendências e mudanças na indústria

O crescente interesse por esses medicamentos tem levado empresas do setor de saúde a ajustar suas estratégias. Um exemplo é a Noom, uma startup focada em saúde metabólica, que anunciou cortes em sua equipe para concentrar esforços no mercado de GLP-1. A empresa oferece programas de emagrecimento que combinam suporte comportamental com tratamento medicamentoso, incluindo o acesso a fármacos como Ozempic e Wegovy.

Em setembro, a Noom lançou um novo programa, o GLP-1(RX), que disponibiliza semaglutida composta – uma versão manipulada do princípio ativo dos medicamentos da Novo Nordisk. Esse tipo de medicamento costuma ser significativamente mais barato do que os produtos de marca, já que um tratamento com Wegovy ou Ozempic custa cerca de US$ 1.000 por mês, enquanto o GLP-1(RX) da Noom custa US$ 149 no primeiro mês e US$ 279 nos meses seguintes, conforme o ajuste de dose.

As versões compostas são frequentemente utilizadas como alternativa aos medicamentos de marca, especialmente em períodos de escassez ou quando há dificuldades com a cobertura de seguro. Empresas como Hims & Hers, Ro e Sesame também começaram a oferecer esses produtos para atender à crescente demanda.

Com a alta procura e o avanço das pesquisas, analistas do setor estimam que o mercado de medicamentos para obesidade pode atingir US$ 100 bilhões até o final da década.

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