Jovem vítima de tráfico humano revela que foi torturado para enganar brasileiros

Phelipe Ferreira, um dos brasileiros vítimas de uma rede de tráfico humano em Mianmar, usou as redes sociais neste domingo (16/2) para dar detalhes sobre os horrores que viveu durante os quase cinco meses de cárcere e trabalho forçado no país estrangeiro. Segundo o relato, ele e Luckas “Kim” Viana eram agredidos e torturados para aplicarem golpes em brasileiros, se passando por modelos asiáticos nas redes sociais.

“Durante quatro dias eu fiquei escrevendo o ‘script’ [roteiro] da modelo que eu ia usar para aplicar o golpe nas pessoas. Tomem cuidado gente, se algum modelo de Bangkok ou de Taiwan entrarem em contato com vocês, tomem cuidado e não confiem”, advertiu Phelipe.

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Phelipe Ferreira mostra ferimentos durante cárcere no MianmarReprodução/Instagram
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Luckas Kim Viana e Phelipe FerreiraReprodução
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Phelipe Ferreira, brasileiro resgatados após ser vítima de tráfico humano no MianmarReprodução/Instagram
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Imagens divulgadas na imprensa internacional do resgate de 261 pessoas em MianmarReprodução

O brasileiro ainda contou a trajetória de como foi enganado pela rede de tráfico internacional. Segundo Phelipe, ele teria recebido uma proposta para receber R$ 2 mil mais comissão para trabalhar para uma empresa chinesa. Enquanto se deslocava para o novo local de trabalho, no entanto, ele foi encaminhado para o esconderijo dos criminosos.

Phelipe narra que o local, que se assemelhava a uma prisão, era vigiado por vários seguranças, que transitavam empunhando armas de fogo e de eletrochoque. Aqueles que não entregavam o resultado esperado após as rotinas de trabalho de mais de 12 horas eram enviadas a “sala do RH”, onde eram praticadas agressões e torturas.

Luckas, que estava há mais tempo refém da rede de tráfico humano, foi encontrado por Phelipe durante uma dessas sessões de tortura. Embora não pudessem conversar, os brasileiros tentaram ao máximo manter contato e se apoiar durante todo o tempo de confinamento.

Os brasileiros foram resgatados pela ONG Exodus Road e levados de Mianmar para Tailândia, com apoio de um grupo de resistência armada atuante na fronteira dos países, no inicio do mês. Eles estão em segurança em um hotel tailandês, a espera da emissão de novos passaportes para serem repatriados.

Ao longo desta semana, o Portal LeoDias buscou contato com o Ministério das Relações Exteriores para saber do andamento do processo de repatriação dos brasileiros. À reportagem, o Itamaraty respondeu que mantém contato com a embaixada brasileira em Bangkok e com a família das vítimas, mas até a publicação, não informou quando eles voltarão para casa.

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