
A Camargo Corrêa, um dos maiores conglomerados do Brasil e do mundo, agora sob a nova identidade de Grupo Mover, está no centro de uma investigação sobre a possível ocultação de bens para escapar de dívidas bilionárias, que somam mais de R$ 15 bilhões.
O caso envolve um pedido de perícia contábil autorizado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, a fim de esclarecer o destino do patrimônio do grupo, que está sendo questionado por credores, incluindo o Bradesco, que acusam a empresa de desviar recursos enquanto enfrentava dificuldades financeiras.
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Trajetória da empresa e sua queda
A trajetória do Grupo Mover, antiga Camargo Corrêa, é marcada por um passado glorioso e uma queda vertiginosa nos últimos anos. Durante décadas, a empreiteira foi uma das principais responsáveis por grandes projetos de infraestrutura no Brasil e no exterior.
Com obras emblemáticas como a construção de usinas hidrelétricas, a construção do metrô de São Paulo e a participação em projetos internacionais, o grupo se consolidou como um dos maiores nomes do setor de construção pesada. No entanto, após anos de sucesso, o grupo começou a enfrentar problemas financeiros.
A crise teve início nos anos 2000, com uma série de investigações que culminaram na Operação Lava Jato, que revelou um esquema de corrupção envolvendo a Camargo Corrêa e outras grandes empreiteiras brasileiras.
O grupo foi acusado de formar um cartel para burlar licitações e superfaturar contratos com estatais, como a Petrobras. Essas denúncias resultaram em multas bilionárias e um impacto negativo na reputação da empresa, que, até então, era considerada um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil.
A operação Lava Jato e as repercussões jurídicas
O envolvimento da Camargo Corrêa na Lava Jato foi um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil. A operação revelou que a empresa havia sido uma das principais participantes de um esquema de fraudes em licitações públicas, envolvendo o pagamento de propinas para garantir contratos com estatais. De acordo com os delatores, os pagamentos de propina eram uma prática comum para garantir o sucesso nos processos licitatórios, e o valor das propinas girava em torno de 2% de cada contrato fechado.
Com as acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, a empresa viu sua reputação despencar. Além disso, as investigações revelaram que o grupo recebeu contratos com valores superfaturados, como no caso da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, que gerou bilhões de reais em propinas, além do desvio de dinheiro da Petrobras. As consequências desse envolvimento com a corrupção resultaram em multas bilionárias para o grupo, que, em 2023, passou a ser conhecido como Grupo Mover.
O pedido de recuperação judicial e a crise financeira
Após os desdobramentos da Lava Jato e o impacto das multas bilionárias, o Grupo Mover entrou em crise financeira. Em 2024, a empresa pediu recuperação judicial, uma medida que permite a reestruturação financeira e a renegociação de dívidas. O plano de recuperação judicial está em andamento, mas ainda depende da aprovação dos credores. O grupo tenta renegociar prazos e valores das dívidas acumuladas, que superam os R$ 15 bilhões.
No entanto, a crise financeira não foi o único problema enfrentado pela empresa. O Bradesco, um dos principais credores do grupo, questiona o destino dos recursos financeiros da empresa. O banco alega que, enquanto o grupo enfrentava dificuldades financeiras, foram distribuídos valores significativos para os acionistas, o que levanta suspeitas de ocultação de bens.
A perícia contábil e as acusações de ocultação de bens
Em resposta às acusações de desvio patrimonial, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a realização de uma perícia contábil nas contas da empresa. A auditoria tem como objetivo investigar se houve a ocultação de bens e recursos financeiros enquanto o grupo enfrentava dificuldades financeiras. O Bradesco solicitou a perícia para entender se os valores foram usados de maneira apropriada para o pagamento das dívidas ou se foram desviados para os acionistas.
O pedido de perícia foi feito após a suspeita de que a empresa tenha realizado uma distribuição de recursos aos acionistas em detrimento do pagamento de suas dívidas. Os credores buscam esclarecer se a empresa utilizou os recursos de forma correta ou se houve desvio de patrimônio, o que poderia ser uma tentativa de proteger o patrimônio dos sócios em um momento de crise.
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