Banco Central avalia impacto da guerra tarifária e desafios da política monetária

O diretor de política monetária do Banco Central, Nilton David, destacou nesta quarta-feira (21), a importância de entender os efeitos iniciais e subsequentes da guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos.

Durante o 3º Seminário MacroLab de Conjuntura, organizado pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, David afirmou que não é função do Banco Central prever as consequências de segunda ou terceira ordem desse conflito tarifário.

“Acho que não cabe [ao Banco Central] imaginar o que vai acontecer ou não. É óbvio que a gente faz a varredura das possibilidades, que são muitas, quase infinitas, mas o importante é a gente manter a consciência de que a incerteza segue aí”, disse.

O diretor reconheceu que um recente “armistício” na disputa tarifária entre EUA e China pode ter influenciado positivamente alguns ativos. No entanto, salientou que a incerteza ainda é alta. “Apesar de os ativos terem retornado um pouco daquele estresse inicial, aquilo que foi inicialmente pensado pelo governo do presidente Donald Trump – o que ele quer, para onde ele vai – está em aberto”, destacou David.

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Política fiscal não é ferramenta decisiva para projeções do Banco Central

No tocante à política fiscal, o diretor enfatizou que esta não deve ser vista como um obstáculo para os canais de transmissão da política monetária. “O fiscal não seria um canal de transmissão da política monetária. O fiscal, se há uma expansão fiscal, obviamente há uma expansão na atividade, isso é um vento de proa para quem está tentando diminuir o nível de atividade ou pelo menos diminuir a aceleração da atividade. Mas isso não tem a ver com o canal, tem a ver simplesmente com expansão e contração”, explicou.

David afirmou que a política fiscal é um “dado de entrada” para as projeções do Banco Central e não cabe à autoridade monetária delinear cenários baseados em políticas específicas. “Não compete ao Banco Central definir o que vai ser ou o que não vai ser. Ele é um ponto. A gente assume e coloca os nossos modelos. Não assumimos o que sai do noticiário, ou o que pode acontecer, isso não entra no nosso modelo”, reforçou.

David também detalhou as dificuldades nos canais de transmissão da política monetária, apontando que alguns são pouco sensíveis à taxa de juros, como o cheque especial. “Um exemplo é o cheque especial, que tem um tamanho de spread tão grande que se a gente sobe duzentas ou trezentas vezes a Selic, vai ser irrelevante para o tomador do crédito”, elucidou.

Por fim, acrescentou ainda que a nova modalidade de crédito consignado privado pode ajudar a “desentupir” esses canais, tornando os tomadores mais sensíveis à Selic. “Porque o consignado está fechando o spread esperado para o tomador. Então, esse tomador, à medida que fica mais próximo da Selic, deveria ficar mais sensível à Selic”, afirmou Nilton.

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