Tandara, do vôlei, tem punição por doping ampliada até 2027

São Paulo, SP, 1 – A oposta Tandara teve ampliada a suspensão por doping aplicada pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) após descumprir a sanção que já tinha em vigor contra si. Em 2022, a atleta havia sido punida com quatro anos fora do vôlei pelo uso indevido de ostarina. Aos 36 anos, ela deverá ficar fora das quadras até julho de 2027, quando vai estar com 38 anos. Procurada, a atleta não se manifestou. (LEIA NO FIM DA NOTICIA MAIS SOBRE A OSTARINA)

A primeira suspensão teria fim em maio de 2026. O descumprimento da medida gerou uma nova sanção, de mais dois anos. O período começou em 7 de julho e foi atualizado na lista de atletas suspensos pela ABCD nesta quinta-feira.

O motivo para a nova suspensão foi a participação de Tandara no Brasileiro Master, em Santos, em abril deste ano. A competição é organizada pela Associação Nacional de Esportes (ANE), sem relação com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e apenas com atletas amadores.

Olimpíadas - Londres - 2012
Tandara conquistou muitos títulos e foi suspensa por doping. Foto: FIVB – divulgação

TANDARA, CAMPEÃ EM ENTIDADE AMADORA

A oposta atuou e foi campeã pelo RS Voleibol, na categoria para atletas acima de 30 anos. Segundo o artigo 168 do Código Brasileiro Antidopagem, o atleta que cumpre suspensão não pode treinar com uma equipe ou usar instalações de clubes e outros filiados de signatários do Código Mundial Antidopagem.

No caso de Tandara, que teve punição de quatro anos, ela poderia retomar essas atividades apenas nos dois últimos meses do prazo da suspensão.

Já o artigo 165 proíbe a participação de atletas suspensos em qualquer atividade esportiva de alto rendimento ou de nível nacional financiada por uma agência governamental. Segundo a prefeitura de Santos, a Secretaria de Esportes do município deu apoio à organização.

SUSPENSA EM 2021

Tandara foi suspensa em 2021, ainda durante a Olimpíada de Tóquio. A ostarina, encontrada no teste da jogadora, é uma substância proibida considerada anabolizante, capaz de aumentar o ganho de massa muscular em seus usuários.

O teste positivo realizado ainda antes do embarque da jogadora para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Entretanto, ela jogou normalmente o torneio e só foi impedida de atuar na semifinal, diante da Coreia do Sul, e final, contra os Estados Unidos. A seleção brasileira feminina de vôlei terminou com a medalha de prata.

MUITOS TÍTULOS E FRUSTRAÇÃO NA POLÍTICA

Tandara foi campeã olímpica em Londres-2012 e bronze no Mundial de 2014, na Itália. No currículo, ela ainda tem três títulos de Grand Prix, um de Copa dos Campeões e o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011.

Fora do esporte, Tandara concorreu ao cargo de deputada federal nas eleições de 2022, pelo MDB, e obteve 7.412 votos, não sendo eleita. Em 2024, pelo PL, ela concorreu para vereadora, em pleito que terminou como suplente, com 1.896 votos.

OSTARINA: O QUE É, COMOM FUNCIONA
E ATLETAS CONHECIDOS JÁ PUNIDOS

A ostarina, também conhecida como enobosarm, é uma substância com efeito anabolizante que atua de forma seletiva nos receptores androgênicos — os mesmos que respondem aos hormônios como a testosterona. Sua principal função é estimular o crescimento muscular e o fortalecimento ósseo, sendo por isso associada ao aumento de massa muscular.

Embora tenha sido inicialmente desenvolvida para tratar doenças como osteoporose e perda muscular relacionada ao envelhecimento ou a condições crônicas, a ostarina acabou ganhando notoriedade no mundo esportivo pelo uso indevido como agente de doping. Por seus efeitos similares aos esteroides, ela está incluída na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA).

Atletas de alto rendimento já foram penalizados por testar positivo para essa substância. O caso mais recente e notório é o do campeão olímpico Thiago Braz, do salto com vara, suspenso por 16 meses após resultado positivo para ostarina. Outros nomes como Tandara Caixeta, da seleção brasileira de vôlei, o zagueiro Manoel, do Fluminense, e Rodrigo Moledo, da Chapecoense, também sofreram punições após exames antidoping.

O uso de ostarina, mesmo em quantidades mínimas, é considerado infração grave pelas entidades esportivas. A substância pode estar presente em suplementos contaminados ou ser administrada de forma deliberada, mas, em ambos os casos, o atleta é responsabilizado. A gravidade da punição reflete o compromisso das federações com o jogo limpo e a saúde dos competidores.

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