Trump volta a atacar Powell e diz que presidente do Fed deveria renunciar

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou nesta quarta-feira (2) suas críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Em publicação no Truth Social, Trump compartilhou uma reportagem sobre o pedido de investigação feito pelo diretor da Agência Federal de Financiamento da Habitação (FHFA), William Pulte, e afirmou: “Too Late” should resign immediately!!! (“Atrasado demais” deveria renunciar imediatamente!).

A publicação do presidente norte-americano ocorre horas depois de Pulte declarar que Powell pode ter prestado depoimento enganoso ao Congresso a respeito da reforma da sede do Fed, em Washington. O projeto de renovação do prédio histórico Marriner S. Eccles tem custo estimado em US$ 2,5 bilhões e vem sendo alvo de críticas por supostos excessos e falta de transparência.

Durante audiência no Senado, Powell defendeu a necessidade da obra, alegando que o edifício sofre com falhas estruturais, infiltrações e deficiências de segurança. No entanto, documentos internos de 2021 revelaram propostas de áreas de lazer, salas VIP e outros itens de luxo, o que acirrou o embate político.

O comentário de Trump se soma ao coro de parlamentares republicanos que pressionam por uma investigação formal sobre a conduta de Powell. O presidente da Comissão de Judiciário da Câmara, deputado Jim Jordan, disse que o tema será avaliado, embora ainda não haja decisão sobre a abertura do inquérito legislativo.

Powell, cujo mandato vai até maio de 2026, tem sido alvo recorrente de críticas do ex-presidente, especialmente por manter os juros em patamar elevado. Trump, que pretende anunciar um substituto antes mesmo do fim do mandato atual do presidente do Fed, tem associado as decisões do banco central ao encarecimento da habitação e à desaceleração econômica.

Apesar das pressões políticas, o cargo de presidente do Fed possui garantias legais que limitam a possibilidade de demissão sem justa causa. Uma decisão recente da Suprema Corte reforçou a independência do banco central e restringiu a atuação do Executivo sobre a liderança da instituição.

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