Carlo Ancelotti vai sair do Real Madrid pela segunda vez como o treinador mais vitorioso da história da Liga dos Campeões, após um segundo período extremamente bem-sucedido, pronto para levar seus talentos ao cenário internacional com o Brasil.
O tempo do italiano no topo do futebol de clubes parecia ter acabado antes de ele deixar o Everton para voltar ao Santiago Bernabéu em 2021. Mas Ancelotti provou que não tinha perdido sua velha magia, levantando a Taça Europeia pela quarta e quinta vez como treinador em 2022 e 2024.
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Conquistas impressionantes no Real Madrid
O técnico de 65 anos também conquistou seu primeiro título da La Liga em 2022, completando a coleção dos cinco principais campeonatos da Europa.
Quando Zinedine Zidane, que levou o Madrid a três títulos da Liga dos Campeões, terminou seu segundo período no comando, Ancelotti foi considerado uma escolha segura, tendo liderado o triunfo da ‘decima’ em 2014.
Ele superou as expectativas, notoriamente altas entre os torcedores do Real, mantendo o status do clube como o mais forte da Europa.
Os Blancos garantiram um título da La Liga em sua primeira temporada de volta, dando a Ancelotti a coleção completa de títulos, antes de derrotar o Liverpool em Paris, colocando o italiano à frente de Zidane e Bob Paisley com um recorde de quatro títulos da Liga dos Campeões como treinador.
O Real teve que se contentar com as taças da Copa do Rei e do Mundial de Clubes no ano seguinte, mas voltaram com força após a contratação de Jude Bellingham, conquistando mais uma dobradinha La Liga-Liga dos Campeões na temporada passada.
No entanto, eles ficaram bem atrás do Barcelona na defesa do título da liga e perderam a final da Copa para seus rivais, enquanto uma eliminação nas quartas de final na Europa pelo Arsenal aparentemente selou o destino de Ancelotti.
Ele praticamente admitiu isso após a derrota na Copa do Rei, dizendo que seu futuro era “um assunto para as próximas semanas”.
O Brasil chama
O anúncio da saída de Ancelotti na segunda-feira (12) foi acompanhado pela notícia de que ele se tornaria o estrangeiro a liderar a Seleção Brasileira desde 1965.
Os pentacampeões mundiais têm enfrentado dificuldades nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 e demitiram Dorival Júnior em março.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, inicialmente adiou a nomeação de um sucessor após a saída de Tite em 2022, na esperança de convencer Ancelotti a assumir o cargo.
Mas o fato de a espera por sua saída do Madrid ter se mostrado demasiadamente longa para Rodrigues é um testemunho do sucesso de Ancelotti na capital espanhola.
Dorival foi nomeado técnico em janeiro de 2024, mas o Brasil tem tropeçado rumo à Copa do Mundo do próximo ano na América do Norte, com cinco derrotas e três empates em 14 jogos das eliminatórias até agora.
No mês passado, reportagens da mídia brasileira sugeriram que a CBF não poderia arcar com a rescisão de Ancelotti, sugerindo que ele poderia, em vez disso, assumir a seleção da Arábia Saudita.
Mas esses temores foram dissipados, com Ancelotti começando com a Seleção em 26 de maio, antes das eliminatórias contra Equador e Paraguai em junho.
Rodrigues espera que Ancelotti possa ajudar a restaurar a reputação do Brasil como a principal força do futebol internacional.
“É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o topo do pódio”, exclamou Rodrigues.
Os gigantes sul-americanos só chegaram às semifinais uma vez nas últimas cinco Copas do Mundo, quando sofreram uma humilhante derrota por 7-1 em casa contra a Alemanha em 2014.
Os atacantes brasileiros Vinicius Jr. e Rodrygo floresceram sob o comando de Ancelotti no Real Madrid e são peças-chave para a seleção. O zagueiro Éder Militão e o prodígio Endrick também jogam no clube merengue.
Sucesso sem precedentes
Ancelotti chegará ao Brasil com um currículo que poucos conseguem igualar. Ele treinou Reggiana, Parma e Juventus por curtos períodos antes de chegar ao AC Milan em 2001, saindo em 2009 como o treinador mais longevo do clube e após vencer as Ligas dos Campeões de 2003 e 2007.
Em 2009, Ancelotti assumiu o Chelsea, conquistando a liga e a Copa da Inglaterra e ajudando os Blues a se tornarem o primeiro time na era da Premier League a marcar mais de 100 gols em uma temporada.
Ancelotti venceu o título da Ligue 1 com o Paris Saint-Germain antes de assumir o Real Madrid naquele verão.
Ancelotti conquistou o apoio e a afeição dos pesos-pesados do Real, incluindo Cristiano Ronaldo, a caminho de vencer a tão aguardada décima Liga dos Campeões.
O presidente do Madrid, Florentino Pérez, o demitiu no ano seguinte, com Ancelotti indo para o Bayern de Munique, onde prontamente venceu a Bundesliga em 2017.
Ancelotti teve passagens posteriores por Napoli e Everton antes do retorno surpresa à elite com o Madrid, que durou quatro anos e o deixou tão requisitado como nunca antes.
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